21 de junho de 2007

Capítulo 11

Fomos até meu decadente apartamento, onde poderíamos ter um pouco mais de sossego, privacidade e o que mais fosse necessário a um casal de jovens afoitos. Eu por extravasar. Ela por um sabe-la-o-que qualquer que, honestamente, não me interessava tanto.

Entre detalhes, que prefiro ocultar nesse diário de minhas memórias, e trivialidades tivemos uma noite longa. Uma noite longa e intensa, alimentávamos um da luxuria do outro.
Porém quando acordei, já tarde, ela não estava mais lá. Havia me abandonado ali, nu, desprotegido. Eu estava à mercê da minha própria sorte. Levantei dali em busca de alguma pista, de um algo qualquer que provasse a presença dela ali nas horas que haviam passado...E nada. Meu piano continuava coberto, meus discos não haviam sido remexidos, minhas roupas estavam no exato lugar onde as deixei no princípio de nossa noite.

O que teriam sido minhas últimas horas? Teriam sido nada? Ela esteve lá comigo, eu sei, eu senti, eu tenho as marcas no meu corpo, eu tenho arranhões nas costas, no pescoço. Mas como ela teria feito pra sair sem deixar vestígios?

Não havia nada lá. Havia uma janela aberta, janela essa que deixamos aberta. Sentei diante dela. O balançar das cortinas embalou meu sono novamente, não havia nada lá para fazer.

Um comentário:

Cidão Oliveira disse...

Capítulos curtos, eu sei.
Perdoem-me.